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PINUS – Pinus Elliottii

por | jul 3, 2022 | Árvores das metas, Equilíbrio com a natureza | 0 Comentários

Nome Científico: Pinus Elliottii

Nomes Populares: Pinus, pinheiro, pinheiro-americano, slash pine.

Família: Pinaceae

Género: Pinus

Origem: Sul e Sudeste dos Estados Unidos – Da Flórida, Sul da Carolina do Sul, Georgia, Alabama até Sul do Mississipi

CARACTERÍSTICA DA ÁRVORE

O Pinus elliottii é uma espécie de pinheiro, originário dos Estados Unidos da América, no entanto se espalhou por muitos países, inicialmente usado como reflorestamento, como foi o caso do Brasil, nas Regiões Sudeste e Sul.

É uma árvore de crescimento rápido, de grande porte, possuindo copa arredondada, baixa e com muitos galhos quando se desenvolve isolada, cresce reto, passando de 30 metros de altura em reflorestamento.

Caule

O caule é reto, cilíndrico, marrom-avermelhado, estriado com grandes placas escamadas.

Folha

A folha do pinus é denominada como acícula, muito fina, pontuda, formato de agulha, resistente e firme, de coloração verde-brilhante e com a margem finamente serrilhada, comprimento entre 18 cm e 24 cm.

Uma das características do pinus Elliottii é possuir fascículos com duas acículas, podendo alguns conterem três. (O pinus taeda tem fascículos com três acículas)

 Muitas pessoas que correm em floresta de pinus usam viseiras, pois as pontinhas quando tocam nos olhos causam desconforto.

Flor

O pinus floresce na primavera, produzindo flores masculinas e femininas nas pontas das brotações. O órgão reprodutivo masculino se chama estróbilo masculino e o feminino, mais conhecido como pinha, se encontra geralmente em grupos de 2 a 4 unidades.

 

Fruto

O fruto do pinus é denominado pinha onde encontram-se as sementes, de coloração castanha-escura, lustrosa.

As pinhas são pedunculadas, com escamas e sem espinho. (O pinus taeda não tem pedúnculo)

A pinha demora cerca de dois anos para amadurecer, quando as escamas se entreabrem pondo em liberdade as sementes para serem disseminadas a cerca de 50 metros da árvore mãe, apenas pela ação do vento. Dependendo do vento as semente podem ser dispersas em distâncias maiores.

 

Semente

As sementes são aladas e de formato triangular, entre 5mm e 7mm de comprimento.

USOS

 

Paisagismo

É uma árvores usada para arborização de praças, parques e quintais.

 

Construção Civil

A madeira do pinus é muito usada na construção civil como ripas, rodapés, forros, lambris, andaimes e formas para concreto.

 

Mobiliário

É utilizada na fabricação de móveis, principalmente nas partes internas.

 

Industrial

A resina do Pinus é usada para a produção de breu (para elaboração de tintas, vernizes, laquês, sabões, colas, graxas, esmaltes, ceras, adesivos, explosivos, desinfetantes, isolantes térmicos etc.) e terebintina (na elaboração de tintas, vernizes, corantes, vedantes para madeira, reagentes químicos, cânfora sintética, desodorantes, inseticidas, germicidas, óleos, líquidos de limpeza etc.), etc.

Por ter fibras longas é bastante utilizado na produção de celulose para fabricação de embalagens.

A resina do Pinus Elliottii é usada na fabricação de mais de 70 produtos

 

Outros usos

Compensados, MDF, OSB, laminados, cabos para vassouras, palitos de fósforos, brinquedos, objetos torneados, paletes, bobinas e carretéis.

PLANTIO

Por fazer parte da comunidade pioneira o Pinus é uma árvore que apresenta poucas exigências em solos de baixa fertilidade ou degradados, sendo plantados para conter desertificação e arenização.

As sementes são obtidas das pinhas maduras ao serem secas em estufas. Quando secas as pinhas se abrem, deixando cair as sementes aladas. As sementes devem ser secas e guardadas em recipientes fechados à temperatura de 5°C.

Para facilitar o plantio as sementes podem ser desaladas antes.

As sementes podem ser plantadas em recipientes plásticos ou em uma simples caixa de leite, com terra da composteira, areia e terra de mato ou em tubetes de polipropileno com substrato.

Após 7 anos de plantados o Pinus pode ser utilizado para preparo de pasta de celulose e no caso de uso para madeira, pode ser derrubado, em média, com 17 anos.

Após 10 a 12 anos de plantados o Pinus Elliottii pode ser utilizado para extração de resina.

MITOS

              Segundo Floriano (2013), foi estabelecido no Rio Grande do Sul o mito de que o pinus é invasor de pastagens, deserto verde e que sob a floresta desta espécie vegetal não nasce nada.

No entanto, muitos plantios são feitos para recuperação de áreas em processo de arenização, proteção contra erosão, fixação da primeira camada orgânica e aumento de infiltração da água das chuvas.

 

CURIOSIDADES

Nos USA, local de origem, o pinus elliottii é conhecido como “slash pine”.

Segundo Floriano (2013), o Pinus elliottii e o Pinus taeda são espécies vegetais pioneiras de comportamento reprodutivo típico, tendo como estratégia de sobrevivência disseminar o maior número possível de sementes aladas que não germinam todas ao mesmo tempo, elas apresentam dormência.

Como pioneiras, não suportam a competição de vegetação clímax ou cultivada sob bom manejo, ou seja, podem até nascer, mas não se desenvolvem nem na própria sombra. São espécies que não rebrotam, sendo facilmente eliminadas por roçada mecânica.

As espécies vegetais pioneiras são as que fazem parte da primeira comunidade de espécies que colonizam um espaço, comunidade pioneira ou ecese.

A árvore da foto abaixo está no mapa para ser visitada e é um pinus elliottii, que nasceu em uma roça abandonada a mais de 30 anos. A floresta foi retirada para dar lugar a uma roça, que após alguns anos a terra exauriu e foi abandonada. A semente do pinus caiu neste ambiente e germinou e, como é uma planta resistente a solos pobres e de grande poder de fotossíntese se tornou uma árvore exuberante.

Algumas espécies de cipós (embaixo na foto) encontraram apoio para subir e fazer uma copada na grande árvore e com isso os pássaros passaram a usá-la para descansar e pernoitar, espargindo sementes de várias espécies.

Na foto há dois arbustos junto a tronco do pinus. São duas exuberantes e jovens canjeranas. Algumas espécies de pássaros comeram as sementes nas canjeranas que estão onde é inacessível a exploração do homem e ao repousar na grande árvore regurgitaram as sementes.

O pinus é uma árvore de grande poder vegetativo, mas de pouca duração e por isso em mais alguns anos dará lugar as árvores nativas como as canjeranas, acelerando a sucessão ecológica a chegar ao clímax.

A natureza segue a sua marcha, vai se acomodando em busca do seu equilíbrio, independentes dos mitos criados momentaneamente por pensamentos ideológicos ou interesse mercadológico.

HISTÓRIA

Os nativos americanos tinham o costume de queimar a terra para melhorar o crescimento da grama para pastagem e visibilidade para a caça. Quando os colonos europeus chegaram ao Novo Mundo causaram a diminuição drástica das populações nativas americanas. Com o tempo, com a falta de queimadas consistentes, grande parte das terras abertas do Sul voltou a ser floresta de pinus.

A partir das décadas de 60 e 70, a árvore de Pinus Elliottii se tornou uma das alternativas mais interessantes para os silvicultores brasileiros, com grande presença nas florestas de São Paulo e da Região Sul do país, principalmente as mais baixas e úmidas.

No início da década de 70 foram distribuídos mudas de Pinus Elliottii para os alunos das escolas do interior de Itaqui-RS, hoje Maçambará, mas somente na última década é que esta espécie vegetal passou a ser usada para controlar o avanço da arenização.

A partir das décadas de 60 e 70, a árvore de Pinus Elliottii se tornou uma das alternativas mais interessantes para os silvicultores brasileiros, com grande presença nas florestas de São Paulo e da Região Sul do país, principalmente as mais baixas e úmidas.

No início da década de 70 foram distribuídos mudas de Pinus Elliottii para os alunos das escolas do interior de Itaqui-RS, hoje Maçambará, mas somente na última década que esta espécie vegetal passou a ser usada para controlar o avanço da arenização.

REPRESENTAÇÃO NO MAPA

A árvore, pinus elliottii, é representada no mapa por um círculo verde, símbolo de uma árvore grande, conforme o Manual de Cartografia de Ecoesporte (ACADEMIA INTERNACIONAL DE ECOESPORTE, 2017).

No caso da figura abaixo é o indivíduo 35 do mapa 36 (DORNELLES e DA SILVA, 2022). ação.

Os objetos da natureza são o mundo real e os símbolos que representam estes objetos no mapa, instrumentos abstratos, são criações da mente humana para que o aluno consiga ler o mundo real, se conectar ao mundo real e, em um estágio mais avançado de prática, se sentir parte da natureza”.

Conheça a natureza, pois ninguém ama o que não conhece, não cuida daquilo que não ama e não defende aquilo que não cuida.

 

Autor

Prof. Me. José Otavio Franco Dornelles – CREF2/RS 3700, da Academia Internacional de Ecoesporte

 

REFERÊNCIAS

ACADEMIA INTERNACIONAL DE ECOESPORTE, Manual de Cartografia de Ecoesporte: Santa Maria – RS – Brasil: Academia de Ecoesporte, 2017.

DORNELLES, J. O. F.; DA SILVA, F. S. Jardim Botânico de Santa Maria. Santa Maria – RS, Brasil: Academia Internacional de Ecoesporte, 2022. 1 mapa de Ecoesporte registro 36, color., 50 x 47 cm. Escala 1:1.000.

FLORIANO, E. P. Subsídios para o planejamento da produção de Pinus elliottii Engelm. na Serra do Sudeste, Rio Grande do Sul. 2008. 178f. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria.

MENDES, Gonçalo Manuel Pereira. Caraterização de proveniências de Pinus elliottii e Pinus taeda para instalação de ensaios de proveniências. 2017. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) – Escola Superior Agrária de Coimbra, ESAC, Coimbra, 2017.

Pinus elliottii. Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pinus_elliottii>. Acesso em: 21 de jun. de 2022.

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